domingo, 14 de julho de 2013

COMPREI UM KINDLE, E DAÍ?






Antes de mais nada o que seria um Kindle? É interessante uma diminuta informação pois nem sempre se sabe o que seria “esse bicho”.
Kindle é um leitor digital da Amazon (conglomerado de vendas americano {físico e pela WEB} considerada a maior do mundo no ramo de livros digitais). Esse equipamento tem como finalidade dominante a leitura digital (recentemente lançaram um com funções, também, de tablet). No meu caso, comprei a versão exclusiva para leitura.
E dai? Comprei mais um “brinquedinho eletrônico”, como afirmam alguns ou estou me inserindo, mais ainda, no universo digital? Da minha parte, é mais uma pedra no meu alicerce de inserção digital, agora, no campo de minha paixão: a leitura.
Mais, e daí? Eita indagação frustrante! O que vai mudar em minha vida – hoje – se comprei esse “bicho”. Dentro das condições atuais não muda muita coisa. No entanto, não é essa a questão. Sempre me entendo como educador e é nesse patamar que devo pensar. Sendo assim...
Sílvio Meira, em seus escritos no seu blog “bit a bit”, costuma a pensar a inclusão tecnológica em um patamar macro: o domínio dessa tecnologia e não a sua pura e simples utilização. O professor de História da Universidade Federal de Sergipe, Marcos Silva, no texto “Ensino de História e Novas Tecnologias” abre um enorme leque de possibilidades quanto a isso. Nesse caminho, não podemos esquecer que um dos objetivos da escola é a inserção do aluno no seu contexto, ou seja, o domínio das ferramentas que o tornem capaz de uma inserção na sociedade. Ao não incorporar as TICs no processo de ensino e aprendizagem a escola não cumpre esse papel.
A visão que se tem de como deve ser a utilização dessas tecnologias no processo de ensino e aprendizagem, é uma visão ultrapassada: melhorar - dinamizar o ensino tradicional. Dentro da ideia do que seja ensino tradicional, podemos pensar Paulo Freire no seu conceito de Educação Bancária: o professor coloca conhecimentos na cabeça do aluno. O ensino unidirecional: o professor fala e o aluno escuta. Essa é forma dominante nas escolas do Brasil. Para discutir essa perspectiva dominante em nossas escolas e universidades, lembro de um globo universidade onde alunos brasileiros fazem intercâmbio no MIT. Ao serem indagados sobre as diferenças entre eles e o nosso sistema universitário, uma das diferenças apontadas é que no Brasil “fazemos provas, aqui elaboramos projetos”. Percebeu?
Muitos afirmam que se pode fazer uma educação de qualidade apenas com livros e dedicação, no entanto, não é essa a questão. O que devemos pensar é no domínio sobre a tecnologia que nos orienta no dia a dia. Não fazer essa inclusão, esse domínio, coloca o Brasil como coadjuvante nesse mundo cada vez mais tecnológico. Esse é um dos papéis da escola. Com essa inclusão vamos ser produtores e não meros consumidores de tecnologias. Essa é uma das condições no mundo atual para uma verdadeira soberania. Para isso basta ler nos jornais a perplexidade das autoridades brasileiras ante a espionagem americana. Quando uma autoridade vem a pública afirmar que não temos como evitar esse tipo de investida, e mais, não temos capacidade tecnológica para isso, e aqui o cerne da questão: meros consumidores de tecnologia ficam a reboque dos produtores.
Se o papel da escola é inserir o aluno na sociedade, as nossas não cumprem esse papel. Baseado em um processo de ensino e aprendizagem focado na memorização e reprodução, onde o uso de recursos tecnológicos (quando existem) é utilizado para reforçar esse paradigma ultrapassado, a sua função primordial passa a ser um ensino academicista e voltado para vestibulares. Passando ao largo nas possibilidades revolucionarias que essas ferramentas tecnológicas possibilitam. Esse paradigma educacional arcaico, impossibilita essa inserção transformação.
Quanto mais nos inserimos nesse ambiente, mais possibilidades temos de entender e dominar esse universo. A leitura não vai acabar, mas com certeza, vai adquirir outras possibilidades e, essas, serão baseadas na tecnologia digital. Dai o meu Kindle.


 

terça-feira, 2 de julho de 2013

SOBRE EDUCAR...


 
Conversando em casa de parentes nesse São Pedro, orgulhosamente apresentei a ideia de um leitor digital: um Kindle. Tendo comprado um de outra marca (kobo) fiquei na expectativa de possuir um da amazon. Cunhado e visitas, com quem conversava, acharam a ideia interessante, mas, não comprariam essa ideia de leitura. Dentro de minha fixação por tecnológia figuei decepcionado: não teria sucesso a minha ideia de vender o Kobo (não teria por que ter dois leitores digitais). Além do mais o argumento: não abrangeria minhas necessidades. Dai vem a discussão sobre ler o livro em papel e a leitura digital: qual seria a melhor? Saio da conversa pois seria uma discussão bizantina.
Outro dia vejo um programa de entrevistas (conexão manhattan), onde se entrevista um brasileiro chefe de um projeto de educação de uma grande universidade. A discussão o que fazer para transformar a educação no Brasil. O argumento central do entrevistado era de que a educação no Brasil só sofreria uma transformação se fosse visto como um projeto nacional, um projeto de geração. Dentro do atual modelo educacional, as propostas de mais verba não seria uteis: não se coloca dinheiro no que está errado.
Esses dois momentos são o mote para esse post.
Esse é o grande pressuposto: enquanto a população não der um valor – imensurável – a educação, não teremos uma educação de qualidade. No caso da tecnologia no sistema escolar, ela deve ser incorporada no dia a dia do aluno e não como um apêndice que se utiliza de vez em quando. Enquanto a visão for aquela que educação é um “necessário supérfluo” teremos sempre uma educação de baixa qualidade. O professor é um trabalhador intelectual e precisa estar capacitado: consumir cultura, acesso à tecnologia, tempo para estudar, etc. A família não pode ser negligente quanto a cobrança de uma escola de qualidade, bem como, a incentivar os filhos a ter compromisso de estudo.