segunda-feira, 6 de junho de 2011

PARAÍBA: O RONCO DA ABELHA

TEMA: PARAÍBA: O RONCO DA ABELHA (1851 – 1852).

I- INTRODUÇÃO:

1- A denominação – O ronco da Abelha:

Uma abelha ronca? As nomeações que seguem determinados movimentos históricos são feitas por associações ou no clamor de termos locais. Abelha não ronca, mas faz um barulho danado quando está em ataque, dai a nomeação para esse fato histórico – uma alusão popular a uma barulheira grande.

1- Definição – Conceituação: O que foi esse movimento?

Movimento popular contra as chamadas “Leis do cativeiro”.

2- Época:

De dezembro de 1851 a Fevereiro de 1852.

3- Locais:

Paraíba: Ingá, Campina,Areia, Alagoa Nova;

Outros Estados: PE, Ceará e Sergipe.

II – AS CAUSAS GERAIS DO MOVIMENTO:

1- Leis do Cativeiro:

Decreto 797: Censo da população;

Decreto 798: Registro civil para nascimentos e óbitos (nesse momento os registros para esses tipos de caso eram feitos nas igrejas, portanto um direito da igreja católica dentro da associação Estado – Igreja).

A população associa esse decretos como se fosse uma regulamentação das força de trabalho, da população em geral para o caso de “escravização” dos homens e mulheres livres e pobres. Do sentimento de revolta ante a as péssimas condições de vida de todos, vem o sentimento de que os poderosos pretendiam solucionar a escassez de mão de obra escrava com a escravidão dos pobres. Um passo para uma conflagração.

2- CRISE DA LAVOURA DE EXPORTAÇÃO:

Crise econômica dos setores ligados a exportação de setores primários , tais como, açúcar, algodão, tabaco,, etc. Essa crise já dura séculos e se dá devido a concorrência com outros países onde a lavoura local perde mercados e eficiência. Para acentuar esse problema, após o fim do tráfico negreiro no Brasil, a mão de obra escrava negra se valoriza mais e torna seu uso nas lavouras nordestinas mais difícil. Diante da crise no Nordeste, bem como do dinamismo que o café está assumindo no Brasil, a solução encontrada por essa agricultura nordestina é se capitalizar vendendo essa mão de obra escrava para o Sudeste. No entanto quem vai substituir os escravos? A população pobre e livre se faz essa pergunta e associando aos decretos imperiais descritos acima, obtêm a resposta: nós. Está lançado o conflito, até porque os grandes proprietários passam a reclamar da preguiça e dos pobres que “não queriam trabalhar nas lavouras” da região.

3- A PARTICIPAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA:

Antigamente as igrejas assumiam um papel parecido com os cartórios atuais, principalmente quanto ao nascimento que eram registrados nas igrejas. Essa era uma prerrogativa histórica dessa instituição. Entende-se o papel contrário da Igreja diante desses decretos que questionavam essa prerrogativa histórica, entendendo-se uma contestação a sua autoridade e ao papel “sagrado da Igreja”. Padres da várias partes da região começam a fazer um discurso de oposição incendiando ainda mais o imaginário popular. O discurso de “escravização” dos livres e pobres estava acentuando-se pelo sagrado – os padres confirmavam essa ideia popular. Dai para a conflagração não demora muito.

III – A FORMA: COMO SE DEU OS ACONTECIMENTOS?

1- O “acontecido”:

A população aproveita dos dias movimentados da vida do sertanejo, principalmente os dias de feira, para deflagrar o movimento. Dizendo assim, até parece algo organizado, mais não foi. Foi espontâneo até porque no momento da repressão não “se achou”lideres: esses foram criados pela repressão. Nas feiras o aglomerado facilita a propagação das ideias e dos intuitos.

Invadia-se locais públicos para saquear os livros de registros (apagar o rastro que poderia indicar o provável futuro escravo), ocorreram saques ao comércio local (matar a fome …). Esse movimento se espalha por algumas cidades de região, chega a haver confrontos em alguns engenhos.

2- O fim: A repressão.

O movimento foi controlado pelas autoridade após uma feroz repressão militar e punitiva (movimento de pobres …). Além disso, parte da igreja (principalmente padres capuchinhos) se compôs com essa repressão, mas de forma ideológica, anunciando que os revoltosos estavam pegando: aos pacíficos o “reino de Deus”, aos revoltosos “o inferno” (apelou-se para a fé e devoção do sertanejo). Sendo assim,, e após o governo imperial voltar atrás quanto aos decretos, o movimento perde força e desaparece.

REVISÃO:

1- DEFINA O MOVIMENTO CONHECIDO COMO O “RONCO DA ABELHA”.

2- DETERMINE SUAS CAUSAS.

3- EXPLIQUE COMO ACONTECEU.

4- o QUE LEVA A POPULAÇÃO A ASSOCIAR OS DECRETOS IMPERIAIS COMO “LEIS DO CATIVEIRO”?

Nenhum comentário:

Postar um comentário