domingo, 17 de março de 2013

A CONQUISTA DA PARAÍBA E A RESISTÊNCIA INDÍGENA

 

Em virtude de interesses econômicos e estratégicos, Portugal resolve criar a capitânia da Paraíba. Diante da necessidade de expansão da lavoura canavieira, da resistência indígena e da presença francesa, torna-se premente para o reino português ocupar essa região.

No contexto do imperialismo histórico, desde os tempos antigos (os romanos foram mestres nessa arte de dominação), a máxima - dividir para reinar - foi o elemento crucial nesse processo. No caso da Paraíba não foi diferente: a desunião entre os povos indígenas facilitou o domínio português.

Dentro do contexto da dominação portuguesa na Paraíba podemos expor dois momentos: a conquista do litoral e a do sertão. No caso do litoral, devido a sua maior importância econômica (lavoura canavieira), esse processo foi, digamos, mais rápido. O sertão é um caso a parte.

No caso da conquista da dominação europeia na América (ou qualquer processo de dominação) é bom ressaltar que um processo de conquista nem sempre significa o puro e simples extermínio dos povos locais. Devemos entender que muito do processo de dominação impõe um processo de cooptação de elementos locais e sua aculturação e, no caso da Paraíba não foi diferente. Lideranças indígenas, principalmente, vão ser cooptados e participarão desse processo de ampliação do domínio português na Paraíba e no Brasil. O que não invalida a questão da matança indígena diante da expansão portuguesa.

O caso da conquista do sertão, digamos, é algo a parte. Isso por que essa conquista foi motivada por um contexto econômico diferente do que predominava no litoral: a pecuária (principalmente). “Expulsos” do litoral, aqueles que se dedicavam exclusivamente a criação de animais, encontram no interior a possibilidade de exercerem essa atividade econômica sem restrições. Algo a parte também, por que a resistência indígena foi mais acentuada.

No sertão diversas tribos (principalmente Tapuias) organizam uma prolongada resistência. Na tentativa de invalidar essa resistência como algo legítimo, a história oficial minimizou esse fato, ou então, vociferou chamando aqueles que lutavam contra a perda de suas terras, de sua cultura, de sua vida como “guerra dos bárbaros”. Essa resistência, também, ficou conhecido como Confederação dos Cariris e Levante dos Tapuias. Durante anos, tribos inteiras resistiram bravamente a dominação do homem branco.

Vários foram os mecanismos que os portugueses se utilizaram para quebrar a resistência indígena na Paraíba (e no resto do Brasil). Evidentemente o mais comum foi a utilização da desunião entre os índios a seu favor, como no caso da aliança com os Tabajaras. Além disso, outros mecanismos foram utilizados como a “guerra biológica”, “guerra justa”. O sertanismo de contrato (bandeirantes), na figura de Domingos Jorge Velho e Teodósio de Oliveira, esse último considerado o “desbravador dos sertões”, foi outro dos mecanismos utilizados na conquista dos sertões. Esses bandeirantes, conhecedores do interior do Brasil, calejados na arte de escravizar e combater indígenas, pagos com terras, escravos capturados; assumem um papel importante na consolidação da conquista portuguesa.

CONSOLIDAÇÃO DA APRENDIZAGEM

1- O que significa a frase “dividir para reinar” no contexto da conquista portuguesa?

2- O texto aborda conceitos como: Guerra biológica e Guerra justa. O que seriam?

3- Quais foram os mecanismos utilizados para a conquista e a quebra da resistência indígena na Paraíba?

4- Explique: sertanismo de contrato.

5- Explique o contexto econômico que motivou a interiorização da presença portuguesa na Paraíba:

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