Em 1578 o jovem rei de Portugal, D. Sebastião, foi morto na batalha de Alcácer-Quibir, na África,
deixando o trono português para seu tio, o cardeal D. Henrique, o qual devido à sua avançada
idade acabou morrendo em 1579, sem deixar herdeiros. O Rei da Espanha, Felipe II, que se dizia
primo dos reis portugueses, com a colaboração da nobreza portuguesa e do seu exército, conseguiu
em 1580 o trono português.
A passagem do trono português à coroa espanhola prejudicou os interesses holandeses, pois eles
estavam travando uma luta contra a Espanha pela sua independência e a Holanda era responsável
pelo comércio do açúcar nas colônias portuguesas, o que lhes garantiam altos lucros. Dessa forma,
rivais dos espanhóis, os holandeses foram proibidos de aportarem em terras portuguesas, o que
lhes trouxe grande prejuízo.
Interessados em recuperar seus lucrativos negócios com as colônias portuguesas, o governo e
companhias privadas holandesas formaram a Companhia das Índias Ocidentais, para invadir as
colônias.
A primeira tentativa de invasão holandesa ocorreu em 1624, em Salvador. O governador da Bahia,
Diogo de Mendonça Furtado, havia se preparado para o combate, porém com o atraso da
esquadrilha holandesa, os brasileiros não mais acreditavam na invasão quando foram pegos de
surpresa.
Durante o ataque o governador foi preso. Mas orientadas por Marcos Teixeira, as forças brasileiras
mataram vários chefes batavos, enfraquecendo as tropas holandesas. Em maio de 1625, eles foram
expulsos da Bahia pela esquadra de D. Fradique de Toledo Osório.
Ao se retirarem de Salvador, os holandeses, comandados por Hendrikordoon, seguiram para Baía
da Traição, onde desembarcaram e se fortificaram. Tropas paraibanas, pernambucanas e índios se
uniram a mando do governador Antônio de Albuquerque e Francisco Carvalho para expulsar os
holandeses. A derrota batava veio em agosto de 1625.
Após esse conflito ao holandeses seguiram para Pernambuco, onde o governador Matias de
Albuquerque, objetivando deixá-los sem suprimentos, incendiou os armazéns do porto e
entrincheirou-se.
Na Paraíba, por terem ajudado os holandeses, os Potiguaras foram expulsos por Francisco Coelho.
Percebe-se nesse período a grande defesa da terra.
Temendo novos ataques, a Fortaleza de Santa Catarina, em Cabedelo, foi reconstruída e guarnecida
e a sua frente, na margem oposta do Rio Paraíba, foi construído o Forte de Santo Antônio.
Aos cinco dias de dezembro de 1632, comandados por Callenfels, 1600 batavos desembarcaram na
Paraíba. Ocorreu um tiroteio, os holandeses construíram uma trincheira em frente a fortaleza de
Santa Catarina, mas foram derrotados com a chegada de 600 homens vindos de Felipéia de Nossa
Senhora das Neves a mando do governador.
Após esse acontecimento os brasileiros tentam construir uma trincheira em frente a fortaleza. Os
holandeses tentam impedir, mas o forte resiste. Incapazes de vencer, os batavos se retiram para
Pernambuco.
Os holandeses decidem atacar o Rio Grande do Norte, mas Matias de Albuquerque, 200 índios e 3
companhias paraibanas os impediram de desembarcar.
Os holandeses voltam à Paraíba para atacar o Forte de Santo Antônio, mas ao desembarcarem
percebam a trincheira levantada pelos paraibanos, fazendo com que eles desistissem da invasão e
voltassem ao Cabo de Santo Agostinho.
Após um tempo os holandeses resolvem tentar invadir a Paraíba novamente, pois ela representava
uma porta para a invasão batava em Pernambuco. Dessa forma, em 25 de novembro de 1634
partiu uma esquadra de 29 navios para a Paraíba.
Aos quatro dias de dezembro de 1634, bem preparados os soldados holandeses chegam ao Norte
do Jaguaribe, onde desembarcaram e aprisionaram três brasileiros, entre eles o governador, que
conseguiu fugir.
No dia seguinte o resto da tropa holandesa desembarcou aprisionando mais pessoas. No caminho
por terra para Cabedelo os batavos receberam mais reforços.
Antônio de Albuquerque Maranhão enviou à Paraíba tudo o que foi preciso para combater com os
chefes holandeses na região do forte. Enquanto isso, Callabar roubava as propriedades. Vieram
reforços do Rio Grande do Norte e de Pernambuco. O capitão Francisco Peres Souto assumiu o
comando da fortaleza de Cabedelo.
Apenas em 15 de novembro chegou à Paraíba o Conde Bagnuolo, para auxiliar os paraibanos. Como
os paraibanos já encontravam-se em situação irremediável, resolveram entregar o Forte de
Cabedelo e logo em seguida o Forte de Santo Antônio.
O Conde de Bagnuolo foi para Pernambuco; Antônio de Albuquerque e o resto da tropa, juntamente
com o resto do povo, tentou fundar o Arraial do Engenho Velho.
Os holandeses chegaram com seus exércitos na Felipéia de Nossa Senhora das Neves em 1634, e a
encontraram vazia. Foram então à procura de Antônio de Albuquerque no Engenho Velho, mas não
o encontraram.
O comandante das tropas holandesas entendeu-se com Duarte Gomes, que procurou a Antônio de
Albuquerque, que prendeu-o e mandou-o para o Arraial do Bom Jesus. Depois, os holandeses
mandaram libertar Duarte Gomes.
No Engenho Espírito Santo, os nossos guerreiros venceram os invasores, que eram chefiados por
André Vidal de Negreiros.
Os paraibanos continuavam com a idéia de querer expulsar os holandeses. Buscaram forças para
isso: arranjaram homens no Engenho São João e contaram com o apoio de André V. de Negreiros.
Quando os holandeses descobriram, também se prepararam para o combate. Os paraibanos
reuniram-se em Timbiri, e depois seguiram para o Engenho Santo André, onde foram atacados por
Paulo Linge e sua tropa.
Após várias lutas, morreram oitenta holandeses e a Paraíba perdeu o capitão Francisco Leitão.
Os combatentes, que estavam recolhidos no engenho Santo André, continuaram com as
provocações aos holandeses, tornando assim complicada a situação de Pernambuco.
A fortaleza de Pernambuco estavam entregue aos prisioneiros soltos por Hautyn. Francisco Figueroa
chegou para governar a capitania por um determinado tempo. Em 1655, chegou João Fernandes
Vieira para assumir a Capitania da Paraíba.
Jerônimo de Albuquerque conquistou o Maranhão com a ajuda de seu filho Antônio de Albuquerque
Maranhão. Em 1618, então este teve por herança o governo do Maranhão, que teria a assessoria de
duas pessoas escolhidas pelo povo. Antônio não gostou muito de seus auxiliares e os dispensou.
Seguindo os assessores seu próprio caminho, Antônio de Albuquerque abandonou o governo do
Maranhão e casou-se em Lisboa, tendo desse casamento dois filhos.
Antônio voltou ao Brasil em 1627, com a nomeação de Capitão-Mor da Paraíba.